A Engenharia Hospitalar desempenha um papel estratégico no funcionamento eficiente das instituições de saúde. Ela vai muito além da manutenção predial: trata-se de um campo multidisciplinar que integra tecnologia, infraestrutura, sustentabilidade e gestão, com o objetivo de garantir ambientes hospitalares seguros, funcionais e preparados para evoluir com as demandas da medicina moderna.
No Brasil, o futuro da Engenharia Hospitalar está diretamente ligado ao avanço da tecnologia, à necessidade de sustentabilidade e à transformação digital no setor da saúde. A seguir, destacamos as principais tendências e desafios que devem moldar essa área nos próximos anos.
1. Digitalização e Hospitais Inteligentes
A integração entre engenharia e tecnologia da informação será um dos principais vetores de mudança. O conceito de hospitais inteligentes (smart hospitals) já começa a se consolidar, impulsionado por sistemas de automação predial, Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial e análise de dados em tempo real. Engenheiros hospitalares terão papel fundamental no planejamento e na implementação dessas soluções, garantindo eficiência energética, controle ambiental, rastreamento de equipamentos e melhoria da experiência do paciente.
2. Sustentabilidade e Eficiência Energética
A busca por soluções mais sustentáveis também está no centro da Engenharia Hospitalar moderna. Isso inclui desde o uso racional de água e energia até a adoção de materiais de construção ecológicos e estratégias de gestão de resíduos hospitalares. Com os custos operacionais em alta e a pressão por maior responsabilidade ambiental, os hospitais brasileiros precisarão de engenheiros capazes de aplicar conceitos de engenharia verde em projetos novos e na requalificação de infraestruturas antigas.
3. Reestruturação de Infraestruturas Existentes
Grande parte dos hospitais no Brasil possui estruturas antigas, muitas vezes inadequadas para os padrões atuais de segurança e tecnologia. O desafio para os próximos anos será adaptar essas edificações para atender novas exigências normativas, como as da Anvisa, ao mesmo tempo em que se preserva a funcionalidade durante as obras. Isso exigirá soluções criativas e domínio de metodologias como retrofit e modelagem da informação da construção (BIM).
4. Formação e Valorização Profissional
Com a complexidade crescente das instalações de saúde, o mercado demandará profissionais cada vez mais especializados. A Engenharia Hospitalar exige conhecimentos em áreas diversas, como elétrica, mecânica, civil, automação, gestão de projetos e biossegurança. A tendência é que haja uma maior valorização da formação técnica e da atuação interdisciplinar entre engenheiros, arquitetos, gestores e profissionais da saúde.
