Pesquisa identifica proteínas capazes de facilitar a gravidez assistida
Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo identificou proteínas capazes de facilitar a gravidez de mulheres que recorrem à fertilização assistida para ter filhos.
Veja o site do Jornal Nacional
Atualmente, cerca de 100 mil mulheres no Brasil fazem tratamento para engravidar. O processo envolve várias tentativas e muitas frustrações. Mas descobertas feitas a partir de uma pesquisa com 52 pacientes podem tornar a reprodução assistida mais eficiente.
Paulo Serafini, professor da faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, acompanhou mulheres de 24 a 42 anos que tentavam ter um bebê.
O foco da pesquisa foi o endométrio, tecido que reveste o útero. Em todas as mulheres que levaram a gravidez adiante, o médico identificou a presença de três proteínas: LIF, IGF-1 e PR.
Já as pacientes que não tiveram sucesso apresentaram uma quarta proteína estudada, a claudina-4, considerada um fator inibidor da gestação.
Os médicos acreditam que monitorando essas proteínas será possível determinar o melhor momento para a fertilização. “Nós poderemos, a partir dos resultados já obtidos, predizer se naquele momento a paciente tem condições de receber bem a célula-ovo e de ter uma evolução favorável da sua gravidez”, explica Edmundo Baracat, professor titular da USP e orientador da pesquisa.
Esta descoberta deverá poupar as pacientes de desgastes físico, emocional e financeiro.
Em clínicas particulares, a fertilização in vitro custa por volta de R$ 10 mil. O Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não cobre o tratamento. Hoje na rede pública, esse atendimento é prestado apenas em alguns hospitais estaduais e universitários, mas o orçamento é limitado. No Hospital das Clínicas, de São Paulo, cada mulher tem direito a três tentativas.
A costureira Fabiana Francisco está casada há dez anos. Há três, ela toma hormônios para engravidar. Agora, os médicos do HC vão tentar a reprodução assistida.
“Se essa paciente engravida na primeira vez, ela potencializa que duas outras pacientes usufruam desse benefício que o estado está proporcionando a paciente”, justifica Paulo Serafini, responsável pela pesquisa.
Fabiana está ansiosa: “Eles optaram por fazer inseminação, tomei a medicação e vou fazer agora. Não vejo a hora de chegar”. Ela completa: “vou ficar muito feliz, nossa, pulos de alegria”.
Comentários não são permitidos.